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Somente a medicação ajuda a tratar o paciente com TDAH?
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é amplamente reconhecido como uma condição que afeta crianças, mas muitos não sabem que cerca de 4% dos adultos também lidam com esse desafio. Embora não haja cura definitiva para o TDAH, diversas abordagens terapêuticas, incluindo medicamentos e estratégias comportamentais, podem ajudar a reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos adultos diagnosticados.
Terapias Comportamentais: Uma Alternativa Eficaz
Apesar dos medicamentos serem o tratamento de primeira linha para o TDAH, especialmente em adultos, alguns profissionais de saúde hesitam em prescrevê-los, devido aos riscos de interações medicamentosas. Nesses casos, as terapias comportamentais e outras abordagens não medicamentosas são altamente recomendadas.
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) A TCC é amplamente utilizada no tratamento do TDAH em adultos, focando em alterar padrões de pensamento negativo e substituí-los por formas mais saudáveis de encarar desafios cotidianos. Para indivíduos com TDAH, a TCC pode ajudar a modificar o pensamento dicotômico, onde tudo é percebido como "tudo ou nada". Essa abordagem auxilia no desenvolvimento de ferramentas para lidar com o estresse e melhorar a autoestima, que frequentemente são áreas impactadas pelo transtorno.
Terapia Emocional A instabilidade emocional é um sintoma comum entre adultos com TDAH, tornando a terapia emocional uma parte essencial do tratamento. Irritabilidade em situações cotidianas, como esperar em filas ou lidar com mudanças de planos, são desafios enfrentados por muitos. Aproximadamente 50% dos adultos com TDAH também têm transtornos de ansiedade, o que pode agravar os sintomas do TDAH.
Estratégias e Técnicas de Enfrentamento
Além das terapias tradicionais, adultos com TDAH podem se beneficiar de técnicas e estratégias comportamentais. O objetivo é ajudar a pessoa a organizar tarefas, melhorar a gestão do tempo e desenvolver habilidades para lidar com a impulsividade e a desatenção.
- Organização e Planejamento: Criar listas, utilizar lembretes e manter um cronograma diário são ferramentas úteis para quem tem TDAH, ajudando a manter o foco em tarefas e projetos de longo prazo.
- Técnicas de Mindfulness: O mindfulness tem se mostrado eficaz na gestão do estresse e da ansiedade, contribuindo para uma melhor regulação emocional e redução da impulsividade.
A Importância do Apoio Profissional
Um ponto essencial no tratamento do TDAH é o acompanhamento profissional contínuo. Os terapeutas especializados em TDAH e os psiquiatras podem ajudar a ajustar tratamentos conforme necessário e fornecer orientações sobre o uso de estratégias que melhor atendem às necessidades individuais do paciente.
Considerações Finais
Embora o TDAH seja uma condição crônica, com o suporte certo — seja por meio de medicação, terapia comportamental ou estratégias de enfrentamento — é possível viver uma vida plena e produtiva. A chave está em encontrar o tratamento mais adequado e personalizado, levando em conta as particularidades de cada indivíduo. Portanto, não hesite em buscar o auxílio de um profissional para começar seu caminho rumo ao equilíbrio e ao bem-estar.
Como é realizado o diagnóstico do TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção?
Segundo a Federação Mundial de TDAH, em seu último consenso internacional, baseado em estudos científicos, os primeiros sintomas devem aparecer ainda na infância, até os 9 anos de idade (Faraone SV, et al. The World Federation of ADHD International Consensus Statement: 208 Evidence-based conclusions about the disorder. Neurosci Biobehav Rev. 2021 Set;128:789-818). O diagnóstico do TDAH só pode ser realizado por médicos. Os médicos especialistas (neurologistas e psiquiatras) conseguem efetuar o diagnóstico através de exames clínicos, entrevistas, análise de imagens cerebrais e laudos neuropsicológicos. Portanto, embora existam escalas disponíveis na internet que auxiliam na compreensão dos sintomas, as mesmas não podem ser utilizadas isoladamente para fins de diagnóstico.
As redes neuronais associadas ao TDAH foram revisadas em estudos de neuroimagem, e a disfunção das vias fronto-estriatais (dorsolateral e cingulado anterior) é frequentemente apontada como um possível mecanismo neural subjacente do transtorno.
Importante destacar ainda que não há marcadores biológicos para identificar esse transtorno, sendo necessário, para fins de diagnóstico, o preenchimento dos critérios estatísticos baseados no DSM-V, versão revisada.
Quais os principais sintomas do TDAH?
Os principais sintomas do TDAH, segundo a Federação Mundial de TDAH, em seu último consenso internacional, baseado em estudos científicos, os primeiros sintomas devem aparecer ainda na infância até os 9 anos de idade (Faraone SV, et al. The World Federation of ADHD International Consensus Statement: 208 Evidence-based conclusions about the disorder. Neurosci Biobehav Rev. 2021 Set;128:789-818), são:
presença de desenvolvimento em níveis inadequados de hiperatividade-impulsividade e/ou desatenção por pelo menos 6 meses;
sintomas que ocorrem em configurações diferentes (por exemplo, casa e escola);
sintomas que causam deficiências na vida.
Em qual a idade que os primeiros sintomas do TDAH?
Segundo a Federação Mundial de TDAH, em seu último consenso internacional, baseado em estudos científicos, os primeiros sintomas devem aparecer ainda na infância até os 12 anos de idade (Faraone SV, et al. The World Federation of ADHD International Consensus Statement: 208 Evidence-based conclusions about the disorder. Neurosci Biobehav Rev. 2021 Set;128:789-818). Contudo, isso não significa que crianças menores de doze anos não possam ter sintomas característicos ou ainda comportamentos equivalentes ao transtorno, e nem mesmo que adolescentes que não apresentem os sintomas aos 12 anos não possam apresentar também características relacionadas ao transtorno. Esse fato se explica, primeiramente, porque o DSM é um manual estatístico, o que significa dizer que há uma maior prevalência estatística em suas respostas, e, em segundo lugar, por se tratar de um transtorno multifatorial, questões ambientais podem ativar mutações genéticas responsáveis por tais alterações em outras idades.
Existe alguma relação da idade do meu filho e queixas escolares?
Uma meta-análise compreendendo 25 estudos com mais de oito milhões de participantes, incluindo estudos brasileiros, descobriu que crianças e adolescentes que são relativamente mais jovens do que seus colegas de classe têm maior probabilidade de serem diagnosticados com TDAH. Tal fato pode ser explicado devido a uma diferença na maturidade dos alunos mais jovens, o que deve ser considerado durante o processo de avaliação.
Por que algumas pessoas possuem o TDAH?
As evidências científicas disponíveis sugerem que provavelmente existem muitos fatores que tornam uma criança portadora de TDAH, incluindo fatores ambientais e genéticos. Sabe-se ainda que há também uma maior probabilidade de crianças prematuras e que nasceram com baixo peso virem a ter problemas no desenvolvimento das capacidades cognitivas (Franz et al., 2018; Momany et al., 2018).
No entanto, estudos recentes confirmaram a causa poligênica para a maioria dos casos de TDAH, o que significa que decorre de muitas variantes genéticas que se combinam para aumentar o risco para o distúrbio. Da mesma forma, há uma grande associação entre o TDAH e psicopatologia geral (Brikell et al., 2020), bem como com outros distúrbios psiquiátricos relacionados (Lee et al., 2019a, b).
Outras investigações envolvem o estudo de contaminações ambientais. Uma meta-análise mais recente de 14 estudos com mais de 17.000 crianças relatou que níveis mais altos de chumbo no sangue foram associados a chances quadruplicadas de TDAH (Nilsen and Tulve, 2020).
Outras contaminações que podem interferir incluem:
uso de nicotina durante a gestação (Huang et al., 2018a; Dong et al., 2018; Nilsen and Tulve, 2020),
poluição ambiental,
consumo de corantes artificiais na alimentação (Schab and Trinh, 2004),
uso de paracetamol na gravidez (Chen et al., 2019b; Ystrom et al., 2017),
crianças cujas mães tiveram hipertensão durante a gravidez (Maher et al., 2018) e pré-eclâmpsia (Maher et al., 2020),
obesidade gestacional (Jenabi et al., 2019; Sanchez et al., 2018),
hipertireoidismo durante a gravidez (Ge et al., 2020),
gestações que ocorreram após mais de dois abortos (Wang et al., 2020).
Como é feita a avaliação neuropsicológica?
A avaliação neuropsicológica se inicia com a realização de uma anamnese para levantamento dos dados da história de vida do paciente e seu desenvolvimento cognitivo, motor e intelectual. Além do levantamento sobre histórico de doenças pessoais e familiares, acidentes, relacionamentos e outras informações que poderão contribuir para a compreensão do indivíduo a ser avaliado.
A(s) sessão(ões) de anamnese podem ser realizadas virtualmente ou presencialmente.
Posteriormente, são agendadas as sessões presenciais, nas quais o avaliado será submetido aos testes psicológicos de rastreamento e testes específicos de acordo com sua queixa principal.
Normalmente, são avaliadas as funções cognitivas (atenção, memória, inteligência e linguagem), as funções executivas (planejamento, organização, controle inibitório e flexibilidade cognitiva), observações comportamentais e testes de personalidade.
Em seguida, todas as informações coletadas da anamnese, das observações comportamentais e dos testes aplicados são integradas na elaboração do relatório, que ajudará a compreender o perfil cognitivo do paciente, seus pontos fortes, eventuais prejuízos, contendo ainda sugestões de intervenção e estratégias que poderão ser desenvolvidas para melhorar a qualidade de vida do avaliado.
Quais os principais tratamentos após o diagnóstico do TDAH?
Uma ampla variedade de intervenções, desde a primeira infância e ao longo da vida, pode otimizar o desenvolvimento, a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas com TDAH. O acesso oportuno a intervenções psicossociais baseadas em evidências pode melhorar a capacidade das crianças de se comunicarem de forma eficaz e interagirem socialmente. Recomenda-se o acompanhamento do desenvolvimento infantil como parte da rotina de cuidados de saúde desde a primeira infância. É importante que, uma vez diagnosticado o TDAH, crianças, adolescentes e adultos, juntamente com seus responsáveis, recebam informações relevantes, serviços, encaminhamentos e apoio prático, de acordo com suas necessidades e preferências individuais e em constante evolução.
Quais os princípiais tratamentos para o TDAH?
Os tratamentos comportamentais para o TDAH são diversos e têm conteúdos e focos diferentes, dependendo da idade do paciente. Para pré-escolares e crianças do ensino fundamental, os pais são treinados para melhorar seus métodos de disciplina e interação com os filhos. Para adolescentes e adultos, a terapia ajuda os pacientes a aprimorar suas habilidades organizacionais. Em alguns casos, os professores também contribuem para um programa voltado para melhorar o comportamento da criança. Algumas dessas terapias focam em melhorar os comportamentos sociais e desenvolver habilidades práticas.
Segundo estudos, o treinamento cognitivo resultou em melhorias pequenas a moderadas no funcionamento executivo de crianças com TDAH (Scionti et al., 2019). Técnicas de meditação também se mostraram eficientes na redução de sintomas (Zhang et al., 2018).
Da mesma forma, o treinamento em habilidades sociais também se mostrou eficiente (Storebo et al., 2019).
Outras intervenções comprovadas incluem o uso de ômega-3 (Cooper et al., 2016), realização de atividades físicas (Vysniauske et al., 2020), para redução dos sintomas de ansiedade e depressão.
Existem vantagens comprovadas sobre o uso de medicamentos para o TDAH?
Em um estudo publicado em 2018, envolvendo mais de um milhão e novecentos mil pacientes com TDAH, verificou-se que o uso de medicamentos para TDAH foi associado à redução de diferentes tipos de lesões não intencionais em crianças e adolescentes de ambos os sexos (Ghirardi L, Larsson H, Chang Z, Chen Q, Quinn PD, Hur K, Gibbons RD, D'Onofrio BM. Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder Medication and Unintentional Injuries in Children and Adolescents. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2020 Ago;59(8):944-951. doi: 10.1016/j.jaac.2019.06.010. Epub 2019 Jul 11. PMID: 31302218; PMCID: PMC6954332).
Qual a relação entre dificuldade de Aprendizado e TDAH?
O TDAH muitas vezes é confundido com a dificuldade de aprendizado, porém esta pode ser caracterizada por problemas de leitura, relacionados ou não à dislexia, e problemas específicos de matemática, relacionados à discalculia. Por outro lado, estudos demonstram que crianças com maior sintomatologia de TDAH têm significativamente maior probabilidade de serem expulsas, receberem notas por mau comportamento, perturbação ou esquecimento, bem como receberem repreensões dos professores (Vňuková, M., Děchtěrenko, F., Weissenberger, S., Anders, M., & Ptáček, R. (2023). Childhood School Performance in Adults Diagnosed with Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder. Journal of Attention Disorders, 27(3), 307–312. https://doi.org/10.1177/10870547221140601).
Existe relação entre o TDAH e o Transtorno do Espectro Autista?
As pessoas com autismo (transtorno do espectro autista) geralmente apresentam condições concomitantes, como epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, além de comportamentos desafiadores, como dificuldade para dormir e automutilação. O nível de funcionamento intelectual entre pessoas autistas varia amplamente, desde comprometimento profundo até níveis superiores.
Quais as principais comorbidades psiquiátricas que se relacionam com o TDAH?
De acordo com recentes pesquisas, 70% das crianças em idade escolar com TDAH têm pelo menos um outro transtorno psiquiátrico, especialmente depressão, transtorno bipolar, transtornos do espectro autista, transtornos de ansiedade, transtorno desafiador opositivo, transtorno de conduta, transtornos alimentares e transtornos por uso de substâncias (Demontis et al., 2019; Faraone e Larsson, 2018; Ghirardi et al., 2018; Lee et al., 2019a, b; Lee et al., 2013; Anttila et al., 2018; Tylee et al., 2018; van Hulzen et al., 2017; Vink e Schellekens, 2018; Brikell et al., 2018; Chen et al., 2019a; Yao et al., 2019).
Todo paciente com TDAH é desatento e hiperativo?
Sabe-se que existem pelo menos três tipos de TDAH: o subtipo desatento, o subtipo hiperativo-impulsivo e o subtipo combinado. Meta-análises indicam que a desatenção está mais fortemente associada ao prejuízo acadêmico, baixa autoestima, resultados ocupacionais negativos e menor funcionamento adaptativo. Os sintomas hiperativo-impulsivos estão associados à rejeição pelos colegas, agressão, comportamentos de direção arriscados e lesões acidentais. Os padrões de transtornos associados também diferem entre as dimensões.
Pessoas portadoras de TDAH são mais impulsivas?
A impulsividade está mais associada ao subtipo hiperativo do TDAH. Na adolescência e no início da idade adulta, muitos indivíduos que tiveram TDAH na infância continuam a ser afetados pelo transtorno, embora frequentemente possam apresentar uma redução da hiperatividade e impulsividade, mantendo apenas os sintomas de desatenção.
Pessoas portadoras de TDAH possuem baixa inteligência?
O TDAH pode estar presente em todos os níveis de inteligência. Para o grupo de pessoas altamente inteligentes, a presença do TDAH afeta o seu desenvolvimento funcional, assim como ocorre nos demais grupos. No entanto, na presença de pessoas com QI reduzido, o diagnóstico do TDAH pode se tornar um pouco mais complexo, pois outros transtornos, como o Transtorno do Desenvolvimento Intelectual, podem explicar melhor os sintomas do paciente.
Existe relação entre poluição e o TDAH?
Sim, novas pesquisas divulgadas pela Organização Mundial da Saúde mostraram uma associação entre a exposição pré-natal a altos níveis de poluição do ar e atraso no desenvolvimento de crianças aos três anos, bem como problemas psicológicos e comportamentais, incluindo sintomas de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), ansiedade e depressão.
TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade: Conceitos, Sintomas e Prevalência
Neste site, forneceremos informações abrangentes sobre o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), incluindo seus conceitos, sintomas, características e prevalência. Abordaremos também os aspectos etários, as funções cognitivas afetadas e o perfil cognitivo de pacientes que sofrem com o TDAH. Além disso, discutiremos a questão do superdiagnóstico e apresentaremos estudos recentes que comprovam a estabilidade das taxas de prevalência do TDAH ao longo dos últimos 30 anos.
O que é o TDAH?
O TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) é um transtorno mental previsto no DSM (Classificação de Doenças Mentais Internacional), caracterizado por um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade, que tem um impacto negativo direto no funcionamento acadêmico, ocupacional ou social e é mais prevalente em meninos do que em meninas.
A desatenção é caracterizada como um indivíduo movendo-se entre as tarefas sem concluir nenhuma atividade, aparentemente perdendo o interesse em uma tarefa porque se desvia para outra. Muitos indivíduos com desatenção geralmente se distraem e esquecem facilmente, além de terem dificuldades para organizar atividades.
A hiperatividade refere-se à atividade motora excessiva, que pode se apresentar de forma diferente dependendo da idade do indivíduo e pode ser mais evidente em situações que exigem autocontrole, como, por exemplo, permanecer sentado durante a aula.
A impulsividade, por sua vez, pode ser identificada como imprudência, impaciência ou ainda uma desinibição social. Podem apresentar dificuldade para esperar sua vez, intrometendo-se ou interrompendo as atividades dos outros ou deixando escapar respostas a uma pergunta antes que ela seja concluída.
Sintomas e Características do TDAH
Os principais sintomas do TDAH podem variar de acordo com a idade e a pessoa afetada. Entre os sintomas mais comuns, destacam-se a desatenção, a impulsividade e a hiperatividade. As crianças com TDAH podem apresentar dificuldade em seguir instruções, organizar tarefas, manter o foco em atividades, controlar seus impulsos e ficar quietas por longos períodos de tempo. Esses sintomas podem persistir até a idade adulta e podem causar dificuldades significativas no desempenho acadêmico, profissional e social.
Prevalência do TDAH em Crianças
O TDAH é uma condição bastante comum em crianças. Estudos mostram que a prevalência do TDAH varia entre 5% e 10% da população infantil em todo o mundo. É importante ressaltar que as taxas de prevalência do TDAH não aumentaram significativamente nos últimos 30 anos, contrariando a ideia do superdiagnóstico. Dados de diferentes países confirmam a estabilidade dessas taxas ao longo do tempo, desmistificando o equívoco propagado pela mídia.
Aspectos Etários e Funções Cognitivas Afetadas
O TDAH pode afetar pessoas de todas as idades, desde a infância até a idade adulta. No entanto, é mais comumente diagnosticado durante a idade escolar, quando os sintomas se tornam mais evidentes devido às demandas acadêmicas. As funções cognitivas frequentemente afetadas pelo TDAH incluem a atenção seletiva, memória de trabalho, controle inibitório, flexibilidade cognitiva e habilidades executivas. Essas dificuldades podem interferir no aprendizado, no comportamento e no desenvolvimento socioemocional das pessoas com TDAH.
Perfil Cognitivo das Crianças com TDAH
O perfil cognitivo das crianças com TDAH geralmente mostra diferenças em comparação com seus pares sem o transtorno. Elas podem apresentar dificuldades na atenção sustentada, na memória de trabalho, na autorregulação emocional e no planejamento. No entanto, é importante ressaltar que cada criança é única, e o perfil cognitivo pode variar de indivíduo para indivíduo. A compreensão dessas características ajuda a elaborar estratégias de intervenção personalizadas, visando minimizar as dificuldades e maximizar o potencial das crianças com TDAH.
Superdiagnóstico e Estabilidade das Taxas de Prevalência
É frequente a alegação de que o TDAH é superdiagnosticado, mas estudos recentes comprovam a estabilidade das taxas de prevalência do TDAH nos últimos 30 anos. Esses estudos, baseados em dados de diferentes países, refutam a noção de que há um aumento exagerado nos diagnósticos. É fundamental entender que o TDAH é um transtorno legítimo, com critérios diagnósticos bem estabelecidos, e seu diagnóstico deve ser realizado por profissionais capacitados, considerando a avaliação clínica criteriosa e a análise dos sintomas apresentados pela pessoa.
Conclusão
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neuropsiquiátrica comum que afeta crianças e adultos. Compreender seus conceitos, sintomas, características e prevalência é essencial para fornecer suporte adequado e intervenções personalizadas. É importante reconhecer que o TDAH não é resultado de um superdiagnóstico, mas sim de uma condição real e com impactos significativos na vida daqueles que sofrem com ela. Ao fornecer informações precisas e atualizadas sobre o TDAH, buscamos promover uma maior compreensão e empatia em relação a essa condição e, assim, melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas.